terça-feira, 14 de fevereiro de 2017

Primeiras notas sobre a Vindima

Queridos amigos, leitores e amigos-leitores!

E eis que, neste último final de semana, entre 09 e 12 de fevereiro, fui para a Vindima da Casa Valduga, de que tanto contei aqui. O primeiro post sobre as experiências, "De vinhas e de roseiras", está no forno, e logo logo vai ficar pronto. 
Posso adiantar uma coisinha, apenas: a experiência  oferecida pela Famiglia Valduga é plena, através da programação rica em surpresas, do afeto e do mergulho na imigração italiana no RS. O conjunto da obra, proporcionado pelas atividades que realizamos com o grupo de hóspedes e com a equipe foi, sem exageros, revolucionário dentro de mim. Um transbordamento do Eu-Viajante, que encontra, no espaço a descobrir, o seu alicerce, a sua força motriz. As raízes sólidas na vida cotidiana, próprias de uma criatura rotineira feito eu, dão lugar ao desejo pelo  território desconhecido. E quando me refiro ao espaço e aos seus sinônimos, vou além da questão geográfica: estou também falando do campo que se abre frente a uma nova experiência. Claro, eu conhecia o Vale dos Vinhedos, mas nunca tinha me aventurado a colher uvas, sentindo o cheiro úmido e doce por toda a atmosfera, ouvindo o coral Terra Nostra cantando músicas italianas, tocando o cacho com a mão esquerda, enquanto o polegar direito fazia a pressão no tom exato para arrancá-lo, provando direto da parreira o gosto daquela pequena esfera violeta.  
Conheci uma nova característica do meu Eu-Viajante: não apenas gosta de ser desafiado pela novidade, mas é profundamente tentado a aproximar-se do detalhe. Então, contempla cada nuance com os sentidos, e caminha pela experiência devagarinho, para não despertar a lógica. Nas viagens de um dia ou de um mês, é essencial permitir o novo, que nasce no mundo interno quando abrimos nossas janelas.

Com carinho,
Betina